Líderes do grupo presos na operação "gabarito". |
A polícia prendeu 19 pessoas
neste fim de semana suspeitas de fraudar concursos públicos na Paraíba e em
outros estados do nordeste, segundo a Delegacia de Defraudações de João Pessoa
informou neste domingo (7). Segundo as investigações, mais de 400 pessoas foram
beneficiadas pelo esquema através do pagamento de R$ 18 milhões à quadrilha
durante os últimos dez anos. O esquema foi desarticulado pela Operação
Gabarito.
Os dois irmãos apontados pela
Polícia Civil como líderes da quadrilha suspeita de fraudar pelo menos 40
concursos públicos em seis estados do Nordeste acumulam, juntos, 29 aprovações
em concursos.
As fraudes aconteceram em
concursos nos estados da Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte,
Sergipe e Piauí. A venda do "serviço" custava cerca de 10 vezes o
valor do salário inicial do cargo pleiteado pelo concurseiro.
De acordo com o delegado titular
de Defraudações na capital, Lucas Sá, entre os concursos que podem ter sido
fraudados estão três de guardas municipais, pelo menos seis de prefeituras no
litoral e interior, um de Câmara Municipal, além do Corpo de Bombeiros e
Polícia Militar. Mas, segundo a polícia, a lista ainda inclui outros concursos
municipais, estaduais e federais.
As investigações começaram há
cerca de três meses, culminaram na Operação Gabarito, realizada neste fim de
semana e que culminou nas prisões.
Pelo menos outras 21 pessoas
estão sendo investigadas pela Polícia Civil da Paraíba como suspeitas de
integrar o grupo criminoso que teria fraudado pelo menos 60 concursos públicos
em seis estados do Nordeste. De acordo com o delegado de defraudações e
falsificações de João Pessoa, Lucas Sá, o número final de pessoas envolvidas no
esquema das fraudes pode passar de 40 até o fim das investigações.
“Além das pessoas que foram presas no domingo, temos estes outros
suspeitos que já foram identificados e só não foram presos em flagrante pois
não estavam atuando neste concurso específico. O grupo é grande e os membros se
revezam de acordo com o concurso. O importante é que já sabemos quem são estas
pessoas e agora vamos buscar a prisão preventiva delas”, explica Lucas Sá.
A audiência de custódia dos 19
presos no domingo aconteceu na segunda-feira (8) em João Pessoa e a Justiça
manteve a prisão dos suspeitos. O delegado afirma que as fraudes começaram em
2005, e mais de 500 pessoas já foram beneficiadas com o esquema em concursos na
Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte, Sergipe e Piauí. O valor
pago pelas pessoas para o grupo já acumulava pelo menos R$ 18 milhões.
“O esquema funcionava por meio de escutas e transmissões eletrônicas
durante a aplicação das provas. Parte dos suspeitos ficavam na casa onde os
líderes do grupo foram presos, em João Pessoa, e eram responsáveis por receber
as informações das provas de outros integrantes do grupo que faziam as provas.
“Eles repassavam as informações para os ‘professores’, que respondiam as
questões e mandavam os gabaritos para os candidatos”, explica Lucas Sá.
Segundo o delegado, os “clientes”
do grupo eram contatados principalmente em cursinhos e por meio redes sociais.
“São muitas as maneiras, mas as
principais são pelo Facebook, WhatsApp e indicação de pessoas de cursinhos.
Vários desses professores [presos] são professores de cursinho. Então eles
acabam indicando a organização para os alunos desses cursos e fazendo a
proposta de ingressar no esquema fraudulento”, disse o delegado.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário