Pâmela Kometani - G1, em São Paulo
Diogo Machado |
Com apenas 22 anos de idade,
Diogo Machado já conta com grandes resultados na sua breve história na área de
concursos públicos. Foram 4 aprovações em apenas 3 anos, de 2012 a 2014, em
órgãos como a Polícia Federal, o Ministério Público da União (MPU) e o
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama).
"O que mais atraiu no setor
público foi a remuneração. Com a minha formação atual, de ensino médio, e sem
experiência, não existia oportunidade na iniciativa privada que pagasse um
salário próximo ao do órgão público. Também pela estabilidade, posso fazer
planos e assumir compromissos sem medo da incerteza de estar ou não empregado
amanhã", afirma Machado.
Atualmente, ele trabalha como
técnico administrativo no MPU, mas continua estudando para alcançar o cargo de
seus sonhos, de agente da Polícia Federal. O concurso, que está com inscrições
abertas, oferece 600 vagas. O salário é de R$ 7.514,33. Nos seus planos também
está a conclusão do curso de tecnologia da informação.
Resistência da família
Diogo começou sua busca por uma
vaga na área pública em 2011, aos 19 anos, quando fez o concurso para o
Departamento Estadual de Trânsito de Santa Catarina (Detran-SC), mas não foi
aprovado. No total, foram 8 concursos até agora. "Nos primeiros sempre
ficava muito longe da nota necessária", conta.
Para seguir seu sonho, o jovem
encontrou resistência dentro da família. "Alguns parentes diziam que
concurso era muito difícil e que era perda de tempo estudar. De alguns amigos
ouvia que eu era muito novo, que estava na idade de curtir e que me
arrependeria depois de passar essa parte da vida só estudando. Por enquanto não
me arrependo de nada, muito pelo contrário", conta.
Focado em concursos na área
administrativa, de nível médio, seu primeiro resultado positivo foi o 57º lugar
para o cargo de técnico administrativo na Secretária de Saúde de Santa
Catarina, em 2012. Suas outras aprovações foram para técnico administrativo no
Ibama, em 2012, técnico administrativo no MPU, em 2013, e agente administrativo
na Polícia Federal, neste ano.
"O primeiro que fui nomeado
foi no MPU. Foi muito rápido, um mês após a publicação do resultado final e
homologação já fui nomeado. Quando os outros órgãos chamaram não assumi, pois a
carreira no ministério é melhor", ressalta.
Na Polícia Federal, Machado
conseguiu o primeiro lugar em sua região, Santa Catarina. O concurso ofereceu
534 vagas de nível médio e contou com 318.832 inscritos, uma concorrência de
597,06 candidatos por vaga.
Ele foi convocado para apresentar
sua documentação, mas soube que não havia vaga disponível para a localidade que
ele desejava e decidiu ir para o final da lista dos aprovados. "Apesar de
não ter assumido na PF, fiquei feliz em me ver diante desse ‘privilégio’ de
poder escolher em qual órgão público trabalharia, coisa que até pouco tempo
atrás seria impossível até de imaginar", conta.
Preparação
Quando começou a fazer concursos,
no meio do ano de 2011, Machado trabalhava em uma loja e percebeu que não ia
conseguir estudar por causa da sua carga horária no trabalho. Trocou o emprego
por outro em que a jornada era de 6 horas diárias. Ele também foi jovem aprendiz
da Espro (Ensino Social Profissionalizante).
Com a escolha da área de atuação,
ele passou a estudar de forma contínua as disciplinas comuns em diversas provas
como português, informática, direito constitucional e direito administrativo.
Assim, quando o edital é publicado, ele revisa essas matérias e inicia o estudo
de conteúdo específico de cada prova. "Com essa estratégia estudo para
vários concursos da área ao mesmo tempo. Acabo escolhendo os concursos
específicos por causa do órgão, da remuneração e da jornada de trabalho",
diz.
O estudo de Machado é formado por
cursos em videoaulas e materiais digitais (cursos em PDF). Quando nenhum edital
está aberto, ele costuma estudar cerca de 3 horas por dia. Com a publicação do
edital, a carga de estudos aumento para 5 a 6 horas por dia.
"O importante é a pessoa
descobrir qual método de estudo é melhor para ela", afirma o jovem.
Dicas para quem ainda estuda
Segundo Machado, os candidatos
que ainda estão em busca de uma vaga em concursos públicos devem focar seus
estudos em apenas uma área, mesmo que seja para fazer seleções que cobram
apenas nível médio. "Cada área cobra determinadas matérias, não adianta
sair fazendo concurso pra área administrativa, área bancária e área fiscal ao
mesmo tempo, pois caem assuntos bem diferentes", afirma.
O estudo deve ser bem organizado,
com um quadro de horários, em que o candidato poderá priorizar as disciplinas
que têm mais dificuldade.
Como as provas acontecem entre 60
e 90 dias após a publicação do edital, Machado ressalta a importância do estudo
antecipado. "Este período é muito curto, principalmente para quem está
começando. E essa é a importância de escolher uma área."
A última dica do jovem é focar na
banca organizadora, com a resolução de provas e questões anteriores da área do
concurso, para que o candidato entenda como a organizadora abordas os temas em
questão.
Fonte: G1
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