quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Receita Federal: Sindicatos alertam sobre deficiência de pessoal

Enquanto os pedidos de concurso para analista-tributário e auditor-fiscal da Receita Federal prosseguem parados desde maio na coordenação da Secretaria de Gestão Pública do Ministério do Planejamento, representantes de ambas as categorias continuam chamando a atenção para a falta de servidores que tem prejudicado o desempenho das atribuições do órgão. Membros dos sindicatos dos analistas e dos auditores voltaram a abordar o problema em eventos realizados nos últimos dias. A expectativa é que um novo concurso para os dois cargos possa ser autorizado até os primeiros meses de 2015.

Em reunião na última sexta-feira, dia 26, com o secretário da Receita, Carlos Alberto Barreto, membros do Sindicato Nacional dos Analistas-Tributários (Sindireceita) criticaram a ampliação da demanda de trabalho ao mesmo tempo que há um número insuficiente de analistas. “Não temos como estimar o número de analistas que seriam necessários apenas no atendimento, porque a Receita está passando por um período de revisão dos seus processos. Mas já tivemos agência no Maranhão, na cidade de Pedreiras, que ficou anos sem nenhum analista lotado”, denunciou Geraldo do Ó, suplente da diretoria nacional do Sindireceita. Segundo ele, a cada semana, um analista diferente tinha que ser enviado à unidade. De acordo com o sindicato, no geral, há um déficit de mais de 9 mil analistas, já que números do próprio Ministério da Fazenda apontam a necessidade de 16.999 analistas. Atualmente, são apenas 7.903 em atividade, segundo dados do Planejamento.

O déficit de pessoal também tem sido alertado pelo Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita (Sindifisco Nacional). Em seminário realizado este mês em Manaus, o presidente da entidade, Cláudio Damasceno, ressaltou que o quadro de auditores encolheu nos últimos sete anos. “Em 2007, quando foi criada a Super Receita, eram 13 mil auditores na ativa. Depois de sete anos, o quadro está um pouco acima de 10 mil”, lamentou ele, que classificou a situação como “grave e preocupante”. “Esses dados, somados às poucas vagas oferecidas em concurso, junto com as metas altas estipuladas pela RFB, geram grande pressão”, completou.


Em entrevista concedida este mês à FOLHA DIRIGIDA (disponível no site do jornal), o ex-presidente do Sindifisco Pedro Delarue afirmou que foram pedidas 2 mil vagas para o novo concurso para o cargo. “Na prática, ele (o Planejamento) autoriza muito menos do que a Receita solicita. A Receita pede 2 mil, e eles autorizam duzentas e poucas vagas. É uma pena. Mas o que se pode dar como certo é que vai ocorrer este novo concurso”, disse Delarue. Procurados pela FOLHA DIRIGIDA, o Ministério da Fazenda e a Receita Federal não quiseram confirmar o número, tampouco revelar o quantitativo solicitado para analista. No caso de auditor, a Receita ainda depende da nomeação dos aprovados no concurso deste ano, para 278 vagas. Em reunião no Ministério do Planejamento no último dia 27, Damasceno cobrou as nomeações e foi informado de que todas as providências já foram tomadas, mas que a autorização continua dependendo da titular da pasta, Miriam Belchior.

Requisitos e remunerações -  Os cargos de analista e auditor da Receita são abertos a quem possui o ensino superior completo em qualquer área e proporcionam remunerações de R$9.171,88 (analista) e R$15.338,44 (auditor), já incluindo o auxílio-alimentação, de R$373. Com o reajuste programado para janeiro de 2015, os valores passarão para R$9.629,42 e R$16.116,64, respectivamente. As contratações são pelo regime estatutário, que prevê estabilidade.


Fonte: Folha Dirigida

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