terça-feira, 27 de setembro de 2016

Concurso público ou iniciativa privada? - parte I

Por Lia Salgado

No momento, manter o emprego tem sido uma tarefa delicada para muitas pessoas. Conseguir uma nova colocação no mercado de trabalho, mais ainda. De outro lado, os concursos públicos também não estão em sua melhor fase, com a suspensão na esfera federal e em alguns estados e municípios. Muitos concursos que estavam previstos têm sido adiados.

Mas essa não é a realidade absoluta: muita gente permanece empregada e há postos para quem procura. Quanto aos concursos, também continuam acontecendo.

Nesse contexto, o que seria mais indicado: a iniciativa privada ou a administração pública?

Nesta coluna, vamos mostrar uma pequena análise por faixa etária e etapas de vida para apresentar os cenários da iniciativa privada e dos concursos públicos para quem está em dúvida. Primeiro, serão apresentados os seguintes perfis: 17/18 anos e 25/30 anos.

Não há resposta certa. Tudo depende da situação de cada um, dos sonhos e de outros fatores. O fato é que toda idade e momento de vida oferecem vantagens e desafios em relação aos concorrentes. É uma questão de aproveitar os recursos favoráveis e não ficar lamentando e se comparando aos outros.


Por exemplo, é o caso de quem está desempregado – existe mais disponibilidade de tempo para estudar, mas menos recursos financeiros para investir em materiais e cursos. Quem está trabalhando tem menos tempo, mas tem mais tranquilidade para aguardar a aprovação, considerando que tem como pagar as contas, mesmo que com dificuldade.

Importante saber também que na iniciativa privada a busca pelo emprego costuma ser mais rápida, ainda que demore um pouco. Ser aprovado num concurso público é um projeto que requer preparação e um tempo, que pode ser de até alguns anos. Por outro lado, quando você conquistar a vaga, é também conquistada uma segurança no emprego, a não ser que seja cometida alguma irregularidade.

Vamos tentar uma análise por faixa etária/etapas da vida:

Perfil: 17/18 anos, concluindo o ensino médio e faculdade, trabalho ou ambos?
Entrar no “mundo adulto” e decidir o que fazer não é tarefa simples. Para complicar, nem sempre os planos são viáveis economicamente. Cursar uma faculdade exige boa preparação – o que tem um custo – ou dinheiro para pagar uma instituição particular. Será necessário ainda suporte financeiro até a conclusão do curso e depois, durante um tempo, até a pessoa estar inserida no mercado de trabalho. Tudo isso pode levar algo em torno de 10 anos até que seja atingido um patamar de reconhecimento profissional que resulte em boa remuneração e autonomia financeira.
        
Esse é o caminho natural em qualquer profissão. É preciso empenho, dedicação, alguma sorte e tempo para que tudo frutifique. Acontece que nem todos podem esperar tanto e pode ser preciso trabalhar durante o percurso para garantir o próprio sustento.

O concurso, nessa idade, pode ser um projeto de vida – fazer carreira pública – ou funcionar como apoio financeiro para seguir nos estudos, cursando uma faculdade no futuro e conquistando outra profissão.

Mais à frente, uma carreira pode substituir a outra, ou não. Depois de formada, a pessoa pode fazer concurso de nível superior para a sua área de formação. Ou pode se manter como servidora e atuar como profissional liberal em outro horário.

Intelectualmente, o período logo após a conclusão do ensino médio e os exames vestibulares (se for o caso) é o melhor momento para iniciar a preparação para concurso. O cérebro está habituado a uma longa rotina de estudos, e o conteúdo de matérias básicas como português e matemática está fresco na memória.

Vale lembrar que a posse no cargo só poderá acontecer depois de completados os 18 anos de idade e, se o cargo assim exigir, concluído o ensino médio. Mas nada impede que a pessoa preste concursos antes disso.

Perfil: 25/30 anos e concluindo a faculdade
Nem sempre é fácil conseguir emprego na profissão escolhida. Além disso, muitas vezes a remuneração oferecida é muito abaixo do que seria desejável e necessário para um profissional de nível superior. Assim, muita gente termina sendo obrigada a aceitar qualquer emprego, mesmo fora da sua área de formação.
   
Voltamos à questão do tempo necessário para se inserir numa nova profissão e ter reais condições de tirar dali o seu sustento. Para quem pode, é a melhor escolha: concentrar todas as energias para ser um excelente profissional e conquistar o seu espaço. Mas, uma vez mais, lembramos que essa não é uma possibilidade para todos. Outro fato que pode ocasionar mudança de planos é quando a pessoa se decepciona com a escolha de carreira e descobre que não tem vocação para o exercício da profissão inicialmente escolhida.

Nos dois casos, o concurso pode ser uma alternativa. A remuneração é razoável, podendo ser até excelente. Existe, ainda, a possibilidade de escolher atuar na administração pública na profissão em que se formou. Ou então prestar concurso para cargos que exijam nível superior em qualquer área.

O ideal é iniciar os estudos ainda nos últimos anos da faculdade, para aumentar as chances de aprovação assim que estiver formado. Mas, a qualquer momento é tempo de começar a preparação.

É importante registrar que a posse só poderá acontecer depois de cumprida a escolaridade exigida. Nada impede também que alguém com diploma de nível superior escolha fazer concurso que peça nível médio.


Fonte: G1

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