Por Lia Salgado
No momento, manter o emprego tem
sido uma tarefa delicada para muitas pessoas. Conseguir uma nova colocação no
mercado de trabalho, mais ainda. De outro lado, os concursos públicos também
não estão em sua melhor fase, com a suspensão na esfera federal e em alguns
estados e municípios. Muitos concursos que estavam previstos têm sido adiados.
Mas essa não é a realidade
absoluta: muita gente permanece empregada e há postos para quem procura. Quanto
aos concursos, também continuam acontecendo.
Nesse contexto, o que seria mais
indicado: a iniciativa privada ou a administração pública?
Nesta coluna, vamos mostrar uma
pequena análise por faixa etária e etapas de vida para apresentar os cenários
da iniciativa privada e dos concursos públicos para quem está em dúvida.
Primeiro, serão apresentados os seguintes perfis: 17/18 anos e 25/30 anos.
Não há resposta certa. Tudo
depende da situação de cada um, dos sonhos e de outros fatores. O fato é que
toda idade e momento de vida oferecem vantagens e desafios em relação aos
concorrentes. É uma questão de aproveitar os recursos favoráveis e não ficar
lamentando e se comparando aos outros.
Por exemplo, é o caso de quem
está desempregado – existe mais disponibilidade de tempo para estudar, mas
menos recursos financeiros para investir em materiais e cursos. Quem está trabalhando
tem menos tempo, mas tem mais tranquilidade para aguardar a aprovação,
considerando que tem como pagar as contas, mesmo que com dificuldade.
Importante saber também que na
iniciativa privada a busca pelo emprego costuma ser mais rápida, ainda que
demore um pouco. Ser aprovado num concurso público é um projeto que requer
preparação e um tempo, que pode ser de até alguns anos. Por outro lado, quando
você conquistar a vaga, é também conquistada uma segurança no emprego, a não
ser que seja cometida alguma irregularidade.
Vamos tentar uma análise por
faixa etária/etapas da vida:
Perfil: 17/18 anos, concluindo o ensino médio e faculdade, trabalho ou
ambos?
Entrar no “mundo adulto” e
decidir o que fazer não é tarefa simples. Para complicar, nem sempre os planos
são viáveis economicamente. Cursar uma faculdade exige boa preparação – o que
tem um custo – ou dinheiro para pagar uma instituição particular. Será necessário
ainda suporte financeiro até a conclusão do curso e depois, durante um tempo,
até a pessoa estar inserida no mercado de trabalho. Tudo isso pode levar algo
em torno de 10 anos até que seja atingido um patamar de reconhecimento
profissional que resulte em boa remuneração e autonomia financeira.
Esse é o caminho natural em
qualquer profissão. É preciso empenho, dedicação, alguma sorte e tempo para que
tudo frutifique. Acontece que nem todos podem esperar tanto e pode ser preciso
trabalhar durante o percurso para garantir o próprio sustento.
O concurso, nessa idade, pode ser
um projeto de vida – fazer carreira pública – ou funcionar como apoio
financeiro para seguir nos estudos, cursando uma faculdade no futuro e
conquistando outra profissão.
Mais à frente, uma carreira pode
substituir a outra, ou não. Depois de formada, a pessoa pode fazer concurso de
nível superior para a sua área de formação. Ou pode se manter como servidora e
atuar como profissional liberal em outro horário.
Intelectualmente, o período logo
após a conclusão do ensino médio e os exames vestibulares (se for o caso) é o
melhor momento para iniciar a preparação para concurso. O cérebro está
habituado a uma longa rotina de estudos, e o conteúdo de matérias básicas como
português e matemática está fresco na memória.
Vale lembrar que a posse no cargo
só poderá acontecer depois de completados os 18 anos de idade e, se o cargo
assim exigir, concluído o ensino médio. Mas nada impede que a pessoa preste
concursos antes disso.
Perfil: 25/30 anos e concluindo a faculdade
Nem sempre é fácil conseguir
emprego na profissão escolhida. Além disso, muitas vezes a remuneração
oferecida é muito abaixo do que seria desejável e necessário para um
profissional de nível superior. Assim, muita gente termina sendo obrigada a
aceitar qualquer emprego, mesmo fora da sua área de formação.
Voltamos à questão do tempo
necessário para se inserir numa nova profissão e ter reais condições de tirar
dali o seu sustento. Para quem pode, é a melhor escolha: concentrar todas as
energias para ser um excelente profissional e conquistar o seu espaço. Mas, uma
vez mais, lembramos que essa não é uma possibilidade para todos. Outro fato que
pode ocasionar mudança de planos é quando a pessoa se decepciona com a escolha
de carreira e descobre que não tem vocação para o exercício da profissão
inicialmente escolhida.
Nos dois casos, o concurso pode
ser uma alternativa. A remuneração é razoável, podendo ser até excelente.
Existe, ainda, a possibilidade de escolher atuar na administração pública na
profissão em que se formou. Ou então prestar concurso para cargos que exijam
nível superior em qualquer área.
O ideal é iniciar os estudos
ainda nos últimos anos da faculdade, para aumentar as chances de aprovação
assim que estiver formado. Mas, a qualquer momento é tempo de começar a
preparação.
É importante registrar que a
posse só poderá acontecer depois de cumprida a escolaridade exigida. Nada
impede também que alguém com diploma de nível superior escolha fazer concurso
que peça nível médio.
Fonte: G1
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