quarta-feira, 10 de maio de 2017

ABSURDO! Polícia da PB prende 19 suspeitos de fraudar concursos e 'aprovar' mais de 400 pessoas em dez anos

Líderes do grupo presos na operação "gabarito".
A polícia prendeu 19 pessoas neste fim de semana suspeitas de fraudar concursos públicos na Paraíba e em outros estados do nordeste, segundo a Delegacia de Defraudações de João Pessoa informou neste domingo (7). Segundo as investigações, mais de 400 pessoas foram beneficiadas pelo esquema através do pagamento de R$ 18 milhões à quadrilha durante os últimos dez anos. O esquema foi desarticulado pela Operação Gabarito.

Os dois irmãos apontados pela Polícia Civil como líderes da quadrilha suspeita de fraudar pelo menos 40 concursos públicos em seis estados do Nordeste acumulam, juntos, 29 aprovações em concursos.

As fraudes aconteceram em concursos nos estados da Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte, Sergipe e Piauí. A venda do "serviço" custava cerca de 10 vezes o valor do salário inicial do cargo pleiteado pelo concurseiro.

De acordo com o delegado titular de Defraudações na capital, Lucas Sá, entre os concursos que podem ter sido fraudados estão três de guardas municipais, pelo menos seis de prefeituras no litoral e interior, um de Câmara Municipal, além do Corpo de Bombeiros e Polícia Militar. Mas, segundo a polícia, a lista ainda inclui outros concursos municipais, estaduais e federais.


As investigações começaram há cerca de três meses, culminaram na Operação Gabarito, realizada neste fim de semana e que culminou nas prisões.

Pelo menos outras 21 pessoas estão sendo investigadas pela Polícia Civil da Paraíba como suspeitas de integrar o grupo criminoso que teria fraudado pelo menos 60 concursos públicos em seis estados do Nordeste. De acordo com o delegado de defraudações e falsificações de João Pessoa, Lucas Sá, o número final de pessoas envolvidas no esquema das fraudes pode passar de 40 até o fim das investigações.

“Além das pessoas que foram presas no domingo, temos estes outros suspeitos que já foram identificados e só não foram presos em flagrante pois não estavam atuando neste concurso específico. O grupo é grande e os membros se revezam de acordo com o concurso. O importante é que já sabemos quem são estas pessoas e agora vamos buscar a prisão preventiva delas”, explica Lucas Sá.

A audiência de custódia dos 19 presos no domingo aconteceu na segunda-feira (8) em João Pessoa e a Justiça manteve a prisão dos suspeitos. O delegado afirma que as fraudes começaram em 2005, e mais de 500 pessoas já foram beneficiadas com o esquema em concursos na Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte, Sergipe e Piauí. O valor pago pelas pessoas para o grupo já acumulava pelo menos R$ 18 milhões.

“O esquema funcionava por meio de escutas e transmissões eletrônicas durante a aplicação das provas. Parte dos suspeitos ficavam na casa onde os líderes do grupo foram presos, em João Pessoa, e eram responsáveis por receber as informações das provas de outros integrantes do grupo que faziam as provas. “Eles repassavam as informações para os ‘professores’, que respondiam as questões e mandavam os gabaritos para os candidatos”, explica Lucas Sá.

Segundo o delegado, os “clientes” do grupo eram contatados principalmente em cursinhos e por meio redes sociais. “São muitas as maneiras, mas as principais são pelo Facebook, WhatsApp e indicação de pessoas de cursinhos. Vários desses professores [presos] são professores de cursinho. Então eles acabam indicando a organização para os alunos desses cursos e fazendo a proposta de ingressar no esquema fraudulento”, disse o delegado.

Fonte: G1

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